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Alimentação saudável na gravidez

Ter uma alimentação saudável durante a gravidez é essencial para o crescimento saudável do bebé e para o bem-estar da mãe. A alimentação saudável para o período da gravidez não é muito diferente da alimentação recomendada para toda a população. Deve ser completa, equilibrada, variada e segura.

A Roda dos Alimentos Portuguesa é um guia prático para a alimentação de crianças, jovens e adultos. Deve apenas ser adaptado à realidade de cada um.

Papa Bem está aqui para ajudá-la neste sentido.

O que é e qual a importância de uma alimentação completa, equilibrada e variada?

Para ser saudável, a alimentação deve ser completa, equilibrada e variada. Mas o que é que isso quer dizer?

Diariamente necessitamos dos alimentos porque estes fornecem-nos substâncias muito importantes: os nutrientes. São exemplos de nutrientes: as proteínas, os lípidos, os hidratos de carbono, as fibras, as vitaminas, os minerais e a água. Os nutrientes são fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo, para a nossa saúde e para a vida. Durante a gravidez, os diversos nutrientes serão ainda indispensáveis para o desenvolvimento saudável do bebé. Cada nutriente tem as suas próprias funções e, na maior parte destas funções, são insubstituíveis.

Os alimentos são todos diferentes exatamente pelos tipos e as quantidades de nutrientes que contêm. Alguns alimentos podem ser mais parecidos com outros, mas nunca exatamente iguais. Por isso é importante variar!

Na Roda dos Alimentos, os alimentos estão divididos em 7 grupos. Os alimentos presentes num mesmo grupo são semelhantes, mas nunca iguais. Conforme pode observar na imagem, os 7 grupos de alimentos da Roda são: Cereais e derivados e tubérculos; Hortícolas; Frutas; Lacticínios; Carnes, pescado e ovos; Leguminosas, Gorduras e óleos.

Roda dos Alimentos Portuguesa

Fonte: Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto; 2005

Para ter uma alimentação completa, equilibrada e variada é necessário consumir alimentos variados de todos estes 7 grupos de alimentos presentes na Roda, nas quantidades sugeridas. A própria Roda dos Alimentos é uma representação gráfica de uma alimentação equilibrada. Na Roda, os alimentos dos grupos que ocupam espaços maiores devem ser os consumidos em maiores quantidades. É o caso dos cereais, derivados e tubérculos, dos hortícolas e das frutas, que devem ser a base da alimentação. Já os laticínios devem ser consumidos de forma um pouco mais moderada e os demais grupos, carnes, pescado e ovos, leguminosas e gorduras e óleos, devem ser consumidos em menores quantidades.

Como utilizar a Roda dos alimentos para ter uma alimentação saudável durante a gravidez?

Para utilizar a Roda do Alimentos como guia para a sua alimentação durante a gravidez sugerimos que siga 4 passos:

  1. Conhecer cada um dos 7 grupos de alimentos que compõem a Roda e os alimentos que fazem parte de cada grupo;
  2. Saber o que representa uma porção dos alimentos dos diversos grupos;
  3. Definir o número de porções de alimentos de cada um dos grupos da Roda que deve consumir em um dia;
  4. Dividir as porções de alimentos em 5 a 7 refeições por dia e varie nas escolhas.
Quais são os 7 grupos de alimentos que compõem a Roda?

Conforme pode observar na imagem, a Roda dos Alimentos é composta por 7 grupos de alimentos e pela água.

Roda dos Alimentos Portuguesa

Fonte: Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto; 2005

São eles:

I – Cereais e derivados e tubérculos:

Exemplos de alimentos: arroz, massas, pão, bolachas, aveia, cereais matinais, farinhas de cereais, batata, batata-doce, inhame, mandioca, milho, trigo, centeio, cuscuz…

II – Hortícolas

Exemplos de alimentos: abóbora, agrião, alface, acelga, aipo, alho francês, beringela, beterraba, brócolos, cebola, cenoura, chuchu, curgete, couve, couve-lombarda, couve-flor, couve-de-bruxelas, espargo, espinafre, feijão-verde, grelos, nabo, nabiça, pepino, pimento, rabanete, repolho, rúcula, tomate…

III – Frutas

Exemplos de alimentos: abacaxi, ananás, alperce, ameixa, amora, anona, banana, cereja, clementina, dióspiro, figo, framboesa, goiaba, groselha, kiwi, laranja, limão, lima, maçã, manga, melancia, melão, meloa, mirtilo, maracujá, morango, nectarina, nêspera, papaia, pera, pêssego, romã, tangerina, toranja, uva…

IV – Lacticínios

Exemplos de alimentos: leite, iogurte líquido, iogurte sólido, queijo fresco, queijo curado, requeijão, bebidas de soja enriquecidas com cálcio (“leite de soja”), iogurte de soja enriquecido com cálcio…

V – Carnes, pescado e ovos

Exemplos de alimentos: carne vermelha (de vaca, porco, carneiro), carne branca (frango, peru e coelho), peixes, ovos…

VI – Leguminosas

Exemplos de alimentos: ervilhas, favas, feijão branco, feijão preto, feijão manteiga, feijão encarnado, feijão-frade, grão-de-bico, lentilhas, soja…

VII – Gorduras e óleos

Exemplos de alimentos: azeite, outros óleos vegetais (amendoim, soja, girassol, milho, palma), margarinas, cremes vegetais para barrar, manteiga, banha, natas…

O que representa uma porção de alimentos dos diversos grupos da Roda?

I – Cereais e derivados e tubérculos:

Pão – 1 bola pequena – 50g
Pão de forma – 2 fatias – 50g
Broa – 1 fatia fina – 70g
Cereais de pequeno-almoço – 5 colheres de sopa – 35g
Bolachas Maria ou água e sal – 6 unidades – 35g
Arroz, massa ou milho cozidos – 4 colheres de sopa – 110g
Batata – 1 unidade e meia de tamanho médio – 125g
Puré de batata – 3 colheres de sopa – 135g
Aveia em flocos – 2 colheres de sopa – 30g

II – Hortícolas

Hortícolas crus – 2 chávenas almoçadeiras OU cerca de metade de um prato – 180g
Hortícolas cozidos – 1 chávena almoçadeira OU cerca de ¼ de um prato – 140g
Sopa de hortícolas – 1 a 2 conchas médias

III – Frutas

Abacaxi / Ananás – 1 fatia média (2,5 cm)
Ameixa / Clementina / Figo / Kiwi / Pêssego – 2 unidades médias
Dióspiro / Laranja / Nectarina / Pera / Tangerina – 1 unidade média
Anona / Banana / Maçã / Manga / – 1 unidade pequena ou meia unidade grande
Cereja / Uvas – 1 chávena de chá
Melancia / Melão / Meloa / Framboesa / Amora – 2 chávenas de chá
Morango – 15 unidades médias
Nêspera – 5 unidades médias
Papaia – Meia unidade média
Passas – 10 unidades
Sumos de fruta natural sem açúcar – quantidade variável, que utilize uma porção de fruta e água

Obs. Uma unidade de frutos secos (ameixa, damasco, etc.) é equivalente a uma unidade da fruta fresca

IV – Lacticínios

Leite meio gordo ou magro – 1 chávena almoçadeira OU 1 caneca – 250ml
Iogurte líquido – 1 unidade – 170ml
Iogurte sólido – 1 unidade e meia – 180g
Queijo curado, flamenco – 2 fatias finas – 30 a 40g
Queijo fresco – ¼ de unidade de tamanho médio – 50g
Requeijão – Meia unidade média – 100g
Bebida de soja enriquecida com cálcio – 1 chávena almoçadeira OU 1 caneca – 250 ml

V – Carnes, pescado e ovos

Carnes e pescados crus (sem ossos, pele ou espinhas) – 30g
Carnes e pescados cozinhados (sem ossos, pele ou espinhas) – 1 colher de sopa cheia OU 1 peça do tamanho de uma carta de baralho – 25g
Ovo – 1 unidade de tamanho médio – 55g

VI – Leguminosas

Leguminosas secas cruas – 1 colher de sopa – 25g
Leguminosas frescas cruas – 3 colheres de sopa – 80g
Leguminosas cozinhadas – 3 colheres de sopa – 80g

VII – Gorduras e óleos

Azeite ou outro óleo vegetal – 1 colher de sopa – 10g
Banha – 1 colher de chá – 10g
Nata – 4 colheres de sopa – 30g
Manteiga ou creme vegetal – 1 colher de sobremesa – 15g

Quantas porções de cada grupo de alimentos devo comer diariamente durante a gravidez?

Para cada grupo de alimentos vai encontrar na própria Roda as sugestões do número de porções que deve consumir diariamente. Este intervalo de número de porções sugerido na Roda serve como orientação para toda a população: homens e mulheres, adultos e crianças. As mulheres devem guiar-se pelos números do meio.

Guie-se pelos números do meio para estabelecer as porções de que necessita de cada um dos grupos. Quanto mais alta, mais pesada e ativa for, mais porções de alimentos vai necessitar. Quanto mais baixa, mais leve e menos ativa for, menos porções de alimentos vai necessitar. Esta orientação deve servir apenas como um guia. Não é necessário andar a pesar e a contar cada alimento que come daqui por diante. O mais importante é aprender a respeitar os seus próprios sinais de fome e de que está satisfeita, para comer as quantidades que necessita, nem mais, nem menos.

Para facilitar a sua decisão acerca do número de porções de alimentos de cada grupo que deve consumir durante a gravidez, apresentamos algumas sugestões no quadro que se segue.

Porções de alimentos da Roda sugeridas para o período de gravidez.

Grupo de alimentos da Roda

Nº de porções sugeridas

Cereais, derivados e tubérculos

4 a 8 porções

Hortícolas

3 a 4 porções

Frutas

3 a 4 porções

Lacticínios

3 porções

Carnes, pescado e ovos

3 a 4 porções

Leguminosas

1 a 2 porções

Gorduras e óleos

2 porções*

*É difícil controlar as porções diárias de gorduras e óleos. Modere o consumo deste grupo e veja as informações e conselhos sobre o seu consumo!

Atenção! Esqueça a ideia errada de que a mulher grávida tem de comer por dois! De facto, para a maioria das mulheres as necessidades de alimentos aumentam durante a gravidez.

Alguns especialistas recomendam um aumento do consumo de alimentos a partir do segundo trimestre de gravidez, por volta das 12 semanas. Outros, apenas a partir das 24 semanas, no caso de mulheres com peso normal e que reduziram os seus níveis de atividade física durante a gravidez. É difícil estabelecer uma recomendação precisa. As necessidades extra de alimentos vão variar de mulher para mulher, de acordo com o seu peso antes de engravidar, com o seu nível de atividade física, entre outros fatores. Mulheres com baixo peso e mais ativas podem necessitar de mais alimentos desde o início da gravidez. Enquanto mulheres com excesso de peso e pouco ativas podem não necessitar de mais alimentos durante a gravidez.

Regra geral, seja no 2º trimestre, seja no 3º trimestre, estas necessidades extra de alimentos podem ser satisfeitas com cerca de:

+ 1 porção de carne, pescado ou ovos ou de leguminosas (Ex: 30g de carne ou peixe ou 1 ovo ou 3 colheres de sopa de feijão, lentilha ou grão)

+ 1 porção de fruta ou de hortícolas (Ex: 1 peça de fruta ou 1 a 2 conchas de sopa)

+ ½ porção de cereais, derivados e tubérculos (Ex: 2 colheres de sopa de arroz ou 1 fatia de pão de forma)

Um pouco mais ou um pouco menos. Guie-se pelo seu apetite e pelos seus sinais de fome e de que está satisfeita para ajustar as quantidades.

O seu ganho de peso e o crescimento do bebé vão ser acompanhados nas consultas de Saúde Materna e podem servir como forma de avaliar se a sua alimentação está adequada. Aproveite estas ocasiões para esclarecer com os profissionais de saúde as suas dúvidas sobre alimentação e ganho de peso durante a gravidez.

Dica…

Ao almoço e ao jantar, inicie a refeição com uma sopa de legumes e preencha o prato da seguinte forma: ¼ do prato de carne, pescado ou ovos, ¼ do prato com cereais ou tubérculos e metade do prato com hortícolas.

No dia-a-dia, como devo distribuir as porções de alimentos pelas refeições?

Se já definiu o número de porções de alimentos que vai necessitar diariamente, terá agora que dividi-las em 5 a 7 refeições.

Observe o exemplo no quadro abaixo.

Exemplo de ementa para um dia

Grupo de alimentos na roda

Nº de Porções

Exemplo

Pequeno-Almoço

Cereais, derivados e tubérculos

1porção

2 fatias de pão de forma integral

Lacticínios

1 porção

250 ml de leite

Gorduras e óleos

Pequena quantidade

Creme vegetal para barrar

Fruta

1 porção

Meia papaia

Lanche da Manhã

Lacticínios

1 porção

1 queijo fresco pequeno – 50g

Fruta

1 porção

1 banana pequena

Almoço

Hortícolas

2 porções

1 concha e meia de sopa + Hortícolas cozidos e salada

Cereais, derivados e tubérculos

1 porção

4 colheres de sopa de arroz integral

Carnes, pescado e ovos

2 porções

1 posta de peixe

Fruta

Meia (½) porção

1 kiwi

Gorduras e óleos

Pequena quantidade

Para cozinhar e temperar a salada e a sopa

Lanche da tarde I

Laticínios

1porção

1 iogurte

Leguminosas / Frutos gordos

1 porção

1 colher de sopa de nozes

Lanche da tarde II

Fruta

1 porção

2 ameixas

Cereais, derivados e tubérculos

1 porção

4 bolachas integrais

Jantar

Hortícolas

2 porções

1 concha e meia de sopa + Hortícolas cozidos e salada

Cereais, derivados e tubérculos

1 porção

4 a 5 colheres de sopa de massa com atum, azeite e ervilhas e 1 ovo cozido.

Carnes, pescado e ovos

2 porções

Leguminosas

Meia (½) porção

Fruta

Meia (½) porção

1 chávena de melão

Gorduras e óleos

Pequena quantidade

Para cozinhar e temperar a salada e a sopa

Atenção! Esta orientação deve servir apenas como um guia. Não é suposto que coma as mesmas quantidades todos os dias e em todas as refeições. As suas necessidades vão variar bastante, de acordo com o seu nível de atividade física, etapa da gravidez, entre outros fatores que podem influenciar o seu gasto de energia. Agora é só usar a criatividade e variar nas escolhas!

Qual a quantidade de água que devo beber durante a gravidez e o que devo fazer quanto aos doces e outros géneros alimentícios que não fazem parte da roda?

A água é essencial para a vida. Está no centro da Roda dos alimentos por estar presente em todos os alimentos. A água deve ser a bebida de escolha para satisfazer a sede.

Os chás sem teína (camomila, cidreira, de frutas, limão, tília…) são também uma forma saudável de consumir água, desde que não tenham açúcar. Evite sumos, néctares, refrigerantes e chás gelados com açúcar ou adoçante.

Beba água suficiente para satisfazer a sua sede. Cerca de 1,5 a 2 litros por dia.

  • Géneros alimentícios com excesso de açúcares, gorduras e sal:

São pouco nutritivos e, por isso, não fazem parte da Roda dos Alimentos. Por terem muitas calorias e favorecerem o excesso de peso, devem ser consumidos apenas ocasionalmente, em dias de festa, e em pequenas quantidades.

São exemplos destes géneros alimentícios:

  • Pipocas e fritos de pacote (snacks);
  • Bolachas recheadas;
  • Cereais açucarados, barras de cereais e iogurtes com muito açúcar;
  • Bolos;
  • Pães de massa doce, com recheios doces e croissants;
  • Rebuçados e gomas;
  • Chocolate, gelados e doces em geral;
  • Refrigerantes, sumos, leites aromatizados e outras bebidas açucaradas.

Se está a ganhar peso a mais, verifique se não são estes os culpados!

Porquê é tão importante ter uma alimentação variada?

Apesar de terem semelhanças em termos de nutrientes que contêm, cada alimento é um alimento. Por exemplo, os pimentos, a cenoura e os brócolos fazem parte do mesmo grupo, o grupo dos Hortícolas. Os Hortícolas são alimentos ricos em vitaminas e minerais. Os pimentos, a cenoura e os brócolos têm quantidades semelhantes de vitaminas como as vitaminas B1, B2 e B3 e de minerais como o fósforo, o magnésio, o ferro e o zinco. No entanto, os pimentos são mais ricos em vitamina C, as cenouras são mais ricas em vitamina A e os brócolos são mais ricos em cálcio.

Estas semelhanças e diferenças acontecem entre os alimentos de todos os grupos. Se comemos sempre os mesmos alimentos podemos ficar com deficiência de determinados nutrientes e até excesso de outros. É verdade. Alguns nutrientes podem ser prejudiciais para a sua saúde e a saúde do bebé se consumidos em excesso!

Para conseguir todos os nutrientes necessários, nas quantidades necessárias para o nosso organismo temos que variar, ou seja, consumir um pouco de tudo. Quanto mais colorida, mais variada e saudável é a alimentação. Com uma alimentação variada e saudável a mulher geralmente não necessita de comprimidos de vitaminas e minerais durante a gravidez, a não ser do ácido fólico e do iodo. Estes suplementos são recomendados durante a gravidez e mesmo antes de engravidar e devem ser prescritos pelo médico, que irá avaliar cada caso e verificar a inexistência de qualquer contraindicação.

Compreendeu porque é que é tão importante variar a alimentação? E garantir o consumo adequado de nutrientes não é o único motivo. Variar a alimentação também é importante para evitar consumir substâncias nocivas em quantidades capazes de prejudicar a saúde. Muitos alimentos contêm substâncias que fazem mal à saúde se forem consumidas em determinadas quantidades. São exemplos destas substâncias: pesticidas, antibióticos, mercúrio, hormonas, gorduras más, entre outras. Estas substâncias estão presentes em quantidades diferentes nos alimentos. Se durante a gravidez comer sempre os mesmos alimentos, poderá consumir estas substâncias em quantidades capazes de fazer mal à sua saúde e à saúde do seu bebé.Por exemplo, o peixe-espada-preto é um peixe que pode conter muito mercúrio. O mercúrio é tóxico para a sua saúde e principalmente para a saúde do seu bebé que está em formação. Se, ao comer peixe, optar sempre pelo peixe-espada-preto poderá colocar a sua saúde e a saúde do seu bebé em risco.

Mas não entre em pânico! Quase todos os alimentos terão coisas boas e coisas más. Variar é a chave para tirar o melhor proveito dos alimentos!

Consumo de cereais e derivados e tubérculos (pão, arroz, massa, batata…)

Os cereais e derivados e os tubérculos são ricos em hidratos de carbono, os principais fornecedores de energia (calorias) da alimentação. São também fontes de proteínas, vitaminas, minerais e fibra, essenciais para a formação, desenvolvimento e funcionamento do organismo do bebé e para o bom funcionamento do organismo da mãe.

Caso esteja a ganhar peso a mais, pode experimentar reduzir o número de porções deste grupo ou reparti-las melhor ao longo do dia. Consumir uma grande quantidade destes alimentos em uma única refeição pode fazê-la ganhar peso em excesso. Por exemplo, ao pequeno-almoço, se come pão, deve comer apenas uma porção de cerca de 50g, o equivalente a uma bola pequena ou 2 fatias. Pode enriquecer o seu pequeno-almoço com leite e fruta, mas deve evitar comer dois pães nesta mesma refeição.

Procure consumir cerca de metade dos cereais e derivados na forma integral (pão, arroz, massa, cereais de pequeno-almoço, flocos de aveia e bolachas integrais, entre outros). Os cereais integrais são mais ricos em nutrientes, favorecem o controlo do peso, o funcionamento dos intestinos e o controlo dos níveis de açúcar no sangue.

Consumo de hortícolas, leguminosas e frutas

Hortícolas

Os hortícolas são fontes de diversas vitaminas, minerais, fibra e outras substâncias essenciais para a formação, desenvolvimento e funcionamento do organismo do bebé e para o bom funcionamento do organismo da mãe. São pobres em lípidos e são fracos fornecedores de hidratos de carbono, ou seja, não engordam! A sopa pode ser um meio prático, saudável e delicioso de consumir hortícolas variados. Inicie o almoço e o jantar com uma sopa!

Não descure do consumo de hortícolas. Os hortícolas congelados, em conserva ou já lavados e cortados podem ser utilizados quando o tempo para ir às compras e preparar os alimentos é curto.

Sabia que…

Os hortícolas e frutas da época, da produção nacional são mais saborosos e contêm menos pesticidas e outros químicos do que aqueles de estufa ou que viajam longas distâncias para chegar até à sua mesa?

Além disso, são mais baratos. Prefira o que é português!

Leguminosas

As leguminosas têm excecional valor nutritivo. São fornecedores de hidratos de carbono de absorção lenta, que promovem um maior equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue. Têm pequenas quantidades de gordura e são ricos em proteínas, vitaminas e minerais importantes, como o ferro. As mulheres vegetarianas que não consomem lacticínios, carnes, peixes ou ovos devem comer mais leguminosas para compensar a falta da proteína animal e de ferro.

As porções de leguminosas podem, algumas vezes, ser substituídas por frutos gordos, como as nozes, as amêndoas, os amendoins, as castanhas, as avelãs, o caju, o pinhão e o pistácio. Apesar do nome “gordos”, estes frutos são muito saudáveis desde que consumidos nas quantidades indicadas. Opte pelos frutos gordos sem sal.

Uma porção de leguminosas equivale a cerca de 15g de frutos gordos, ou 1 colher de sopa.

Sabia que…

As proteínas dos cereais e as proteínas das leguminosas se completam?

Por isso, comer cereais e leguminosas numa mesma refeição é uma excelente ideia, principalmente para mulheres que consomem pouca carne, peixe, ovos e leite e seus derivados!

Frutas

Assim como os hortícolas, as frutas são fontes preciosas de vitaminas, minerais, água e fibras. No entanto, têm mais calorias devido a maior quantidade de açúcares presentes na sua composição. Por isso, é importante consumir o número de porções indicadas, sem exagerar.

Os sumos de fruta naturais e os chamados sumos 100% fruta não contêm todos os nutrientes presentes na fruta e não oferecem a mesma sensação de saciedade. Além disso, um copo de sumo natural pode conter cerca de 2 ou 3 porções de fruta, o que pode ser um exagero para ser consumido de uma só vez. Já os sumos 100% fruta são muitas vezes feitos à base de concentrado de frutas e podem conter muitos açúcares. Modere o consumo de sumos de fruta e prefira sempre a fruta ao natural!

Sabia que…

A vitamina C ajuda o organismo a utilizar melhor o ferro presente nos cereais, leguminosas e hortícolas?

Por isso, é uma ótima ideia comer uma fruta rica em vitamina C às refeições: laranja, clementina, papaia, morango, melão e kiwi são boas fontes de vitamina C.

Consumo de carnes, pescado, ovos e laticínios

Carnes peixes e ovos

Carnes, peixes e ovos são fontes de proteínas. A proteína é um nutriente de construção, fundamental na formação dos tecidos do organismo. As necessidades de proteína aumentam durante a gravidez. Os alimentos deste grupo, de uma forma variada, são também importantes fontes de vitaminas do complexo B, ferro, zinco e fósforo, entre outros nutrientes. O ferro e as vitaminas B6 e B12 são essenciais para a formação dos glóbulos vermelhos presentes no seu sangue e no sangue do bebé. Os glóbulos vermelhos transportam o oxigénio para todo o corpo, sendo essencial para o crescimento e o desenvolvimento do bebé.

Prefira a carne branca das aves e do coelho e, principalmente, o peixe. Limite o consumo de carne vermelha a 2 ou 3 vezes por semana. Opte pelas carnes mais magras, retire a gordura aparente das carnes e a pele das aves e evite os enchidos. Os peixes, principalmente os gordos, são os principais fornecedores de ómega 3, um nutriente muito importante para o desenvolvimento do cérebro e dos olhos do bebé. São também importantes fontes de vitamina D, essencial para que a mãe e o bebé tenham ossos saudáveis. São exemplos de peixe ricos em ómega 3: salmão, sardinha, pescada, dourada e cavala. Não coma fígado de peixe e nem os seguintes peixes que costumam conter muito mercúrio: atum fresco ou congelado, bonito, tintureira e tubarão. Ainda por causa do mercúrio, limite a uma vez por mês o consumo de: cação, cavala, enguia, espadarte, garoupa, goraz, maruca, moreia, pargo, peixe-espada, peixe-gato, peixe-vermelho, perca, raia, robalo, salmonete e tamboril. O mercúrio é tóxico para adultos e, principalmente para crianças, se consumido em grandes quantidades.

Mas não se esqueça que consumir peixe durante a gravidez é muito importante. Alguns especialistas recomendam um consumo 360g de peixe por semana durante a gravidez. Há muitas alternativas seguras: anchova, arenque, atum em lata (o chamado light tuna), bacalhau, carapau, dourada, escamudo, linguado, pescada, salmão (evite o do Mar Báltico), sardinha, solha e truta (evite a do Mar Báltico).

Lacticínios

Os lacticínios são importantes fontes de cálcio, um mineral essencial para a formação dos ossos do seu bebé. São também fontes de proteína e vitaminas. Prefira os lacticínios meio-gordos e magros, uma vez que a gordura do leite é, em grande parte, do tipo saturada, que é prejudicial à saúde quando o seu consumo é excessivo.

Não consuma queijos de pasta mole feitos com leite não pasteurizado pois podem estar contaminados por bactérias perigosas para a mulher grávida e o seu bebé. Somente os queijos curados (duros) ou feitos com leite pasteurizado são seguros para consumo durante a gravidez. Verifique a Lista de ingredientes presente no rótulo da embalagem para saber se o leite utilizado na produção do queijo é ou não pasteurizado

Consumo de gorduras e óleos

As gorduras e óleos são fontes de lípidos, o nutriente com mais calorias da alimentação. As quantidades recomendadas são reduzidas, mas, como os demais alimentos da Roda, estes são essenciais.

Para consumir gorduras e óleos sem estar preocupada com quantidades exatas, tenha em conta os seguintes conselhos:

  • Modere a quantidade de gorduras e óleos utilizados para barrar, temperar e cozinhar;
  • Prefira sempre os óleos vegetais como o azeite, o óleo de amendoim, de soja, de milho e de girassol;
  • Evite as gorduras animais (natas, manteiga, banha, toucinho, bacon…), o óleo de coco e o óleo de palma;
  • Evite massas folheadas, enchidos e refeições pré-confecionadas refrigeradas ou congeladas, que habitualmente têm excesso de gordura;
  • Prefira as preparações como grelhados e cozidos ou guisados, estufados e assados com pouca gordura e sem refogados;
  • Evite os fritos e os refogados ou qualquer cozinhado que leve muita gordura;
  • Evite reutilizar e aquecer demais os óleos. Os óleos muito aquecidos sofrem alterações e produzem substâncias que podem causar cancro e outras doenças. São sinais de que o óleo está alterado: saída de fumos, odores e sabores desagradáveis, e a formação de espuma;
  • Escolha as alternativas mais saudáveis de óleos e gorduras para cada fim:

Em cru, para temperar – prefira o azeite ou outros óleos vegetais.

Para barrar – prefira os cremes vegetais. Compare os rótulos dos produtos e escolha o creme vegetal com menor quantidade de ácidos gordos saturados, sem ácidos gordos trans e com maior quantidade de ácidos gordos monoinsaturados ou polinsaturados. Caso opte pela manteiga, utilize menos quantidade ou experimente uma manteiga magra.

Para cozinhar a temperaturas baixas (cozinhados com água desde o início) – prefira o azeite ou outro óleo vegetal.

Para cozinhar a temperaturas altas (frituras, assados e refogados) – prefira o azeite, o óleo de amendoim, ou a banha, que aguentam temperaturas mais altas sem se alterarem.

Sabia que…

As refeições pré-confecionadas vendidas em supermercados e os pratos servidos em restaurantes costumam conter mais gordura e sal do que as refeições que fazemos em casa?

Além disso, as porções podem ser muito exageradas.

Se a sua alimentação é saudável, uma ida ao restaurante ou uma refeição congelada vez por outra não vão fazer mal. Mas procure pelas opções mais saudáveis e divida porções muito grandes.