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Aspectos práticos do aleitamento materno


Mamilos planos e invertidos

Algumas mães pensam que os seus mamilos são muito pequenos para amamentar, mas o tamanho dos mamilos em “repouso” não é importante, dado que o mamilo é só 1\3 da porção da mama que o bebé deve introduzir na boca para sugar plenamente. O mamilo fica mais saliente nas últimas semanas de gravidez e /ou logo após o parto, pelo que não é necessário fazer qualquer manobra ou usar qualquer método durante a gravidez.

Para além deste aspecto, pode tentar rodar o mamilo entre os dedos de modo a torná-lo saliente. 

A utilização de estimulação à formação dos mamilos e de formadores de mamilos durante a gravidez, é desaconselhada, dado que a estimulação pode desencadear contracções uterinas e não é evidente que os formadores de mamilo ajudem a melhorar o formato do mamilo, podendo ainda lesá-lo. O que é importante é que coloque o bebé a mamar logo após o nascimento (durante a primeira meia hora a uma hora, ou logo que o seu bebé demonstre que procura o alimento (o que acontece entre os 8 e os 12 minutos, em grande número de recém nascidos). Evite ainda o uso de tetinas e de chupetas, para não prejudicar a adaptação do bebé à mama. Pode deixar o bebé pegar do modo que ele quiser, promova o contacto pele a pele com o bebé e tente diferentes posições. Se a mama está muito cheia, o mamilo fica menos saliente pelo que é benéfico extrair uma porção de leite para facilitar a pega do bebé. A mãe pode ainda tentar espremer um pouco de leite para a boca do bebé; habitualmente, quando o bebé prova o leite, fica mais desperto e motivado para mamar.

Pode também tentar que o mamilo fique mais saliente, utilizando uma bomba ou uma seringa de 20ml, (ver figura Etapa 1; Etapa 2; Etapa 3) Este exercício realizado várias vezes ao dia durante 30, 60 segundos, e sempre antes de ir amamentar, tem demonstrado resultados positivos.

Se continua com dificuldades, após tentar estas técnicas, é importante que peça ajuda a um profissional de saúde ou a alguém com experiência em amamentação.

Mamilos dolorosos e/ou com fissuras (gretados)

A causa mais comum das fissuras deve-se à má adaptação do bebé à mama da mãe (pega incorrecta) e ao número e duração inadequada das mamadas. Nesta situação a amamentação é dolorosa e/ou com menor frequência. O bebé que mama só no mamilo não consegue obter o leite suficiente, ficando frustrado. Por outro lado o leite não é retirado com eficácia, o que poderá levar à diminuição da sua produção. As fissuras mamárias são a causa principal de abandono precoce da amamentação.

Para prevenir as fissuras:

  • Coloque o bebé na mama na posição correcta e verifique se está a pegar correctamente;
  • Lave as mamas e os mamilos apenas no seu banho diário e evite o uso de produtos com sabão nessa zona;
  • Após o banho e no terminus de todas as mamadas coloque umas gotas do seu leite no mamilo e na aréola;
  • O bebé deve deixar a mama espontaneamente, mas se tiver que interromper a mamada deve colocar um dedo suavemente na boca do bebé de modo a suspender a sucção.

Para tratar os mamilos dolorosos ou com fissuras/gretas

  • Corrija a forma como o bebé está a abocanhar a mama e continue a dar de mamar. A maior parte das vezes a dor desaparece logo após essa correcção;
  • Inicie a mamada pelo mamilo não doloroso e se for necessário, excepcionalmente, interrompa com os cuidados apontados acima e mude de mama;
  • Aplique sempre leite materno nos mamilos após o banho e após as mamadas, pois facilita a cicatrização;
  • Coloque um creme de lanolina ou uma pomada cicatrizante;
  • Não utilize os discos de protecção;
  • Utilize um protector de mamilos;
  • Sempre que possível exponha os mamilos ao ar e até breves minutos ao sol, no intervalos das mamadas;
  • Se a dor é tão intensa que mesmo melhorando a colocação à mama, ela não desaparece, pode retirar o leite e dar ao bebé por copo ou colher até que o mamilo melhore ou cicatrize;
  • Se utilizar os mamilos artificiais (de silicone), tente o mais precocemente possível deixar de os usar, pois o bebé habitua-se e pode não conseguir pegar directamente na sua mama.


Mamas muito cheias e ingurgitadas (dolorosas)

Quando o leite “desce”, por volta do 2º, 3º dias, as mamas podem ficar quentes, mais pesadas e duras devido ao aumento de leite e à quantidade de sangue e de fluidos nos tecidos da mama. Pode ocorrer febre (a chamada ?febre do leite?), que em regra não ultrapassa os 38ºC (medida na axila), durante 24 horas. O seu leite sai com facilidade e, habitualmente, continua a dar de mamar sem dificuldade (Imagem 1). Mas por vezes, pode verificar que existe maior dificuldade na saída do leite (Imagem 2). É importante que dê de mamar com frequência para que o bebé alivie esse desconforto. É mais fácil ser o seu bebé a extrair o leite, mas também pode retirá-lo manualmente ou com extractor (bomba manual ou eléctrica). O importante é extrair o leite até sentir as mamas confortáveis.

Se depois de amamentar ainda verificar que tem as mamas duras (muito cheias) e dolorosas, retire algum do seu leite até as sentir confortáveis. Se no final de amamentar não sentir desconforto mamário, aguarde tranquilamente e se antes de amamentar novamente as mamas estiverem muito duras (demasiado cheias), retire uma pequena quantidade de leite e, só depois, coloque o seu bebé a mamar. Extrair pode facilitar a saída do leite (reflexo de ocitocina activo) e tornar mais fácil a pega do seu bebé. Após alguns dias, já sentirá as mamas mais confortáveis.

Algumas vezes, especialmente se o leite não é retirado em quantidade suficiente, as mamas podem ficar ingurgitadas. Nesta situação as mamas ficam tensas (duras), dolorosas e a pele apresenta-se brilhante, tornando-se por vezes difícil retirar o leite. A aréola está tensa e é difícil para o bebé pegar (abocanhar) uma quantidade suficiente da mama para conseguir mamar. O importante não é a dimensão da mama, mas a sua consistência (dura ou confortável).

As mães por vezes amamentam menos porque têm dor, mas isso não é adequado pois a produção de leite nos primeiros dias mantêm-se, logo não melhora o ingurgitamento e ao fim de alguns dias a sua produção diminui porque a criança mama durante pouco tempo e /ou poucas vezes, de modo não eficaz, e o leite não é retirado.

Imagens 1 e 2

Para prevenir o ingurgitamento:

  • Logo após o parto é importante iniciar a amamentação o mais precocemente possível e continuar a amamentar em horário livre (sempre que o bebé quiser);
  • Sempre que amamentar é importante a posição correcta da mãe e do bebé  e a verificação dos sinais de boa pega.

Para tratar o ingurgitamento

  • Coloque o bebé a mamar sempre que ele queira e até com maior frequência;
  • Diminua ligeiramente o seu consumo de líquidos;
  • Retire o leite da mama, colocando o bebé a mamar ou, quando não for possível, através da expressão manual ou com bomba (lave as mãos cuidadosamente antes de tocar nas mamas);
  • Se o bebé não consegue pegar, retire inicialmente um pouco de leite, a mama fica mais macia e o bebé poderá SEGUIDAMENTE sugar mais eficazmente;
  • Se o bebé não consegue mamar, retire o leite para um copo/taça manualmente ou com a ajuda de um extractor mecânico (bomba manual ou eléctrica) e depois ofereça ao bebé através de copo, colher de chá ou seringa,
  • Continue a retirar o seu leite com a frequência necessária e adequada para que as mamas fiquem mais confortáveis e até que o ingurgitamento desapareça.

Para que o leite saia

Passos importantes para fazer a extracção de leite materno (estimulando o reflexo da ocitocina) e em especial se tem ingurgitamento:

ANTES DE AMAMENTAR

  • Esteja descontraída e com o bebé perto de si (para ouvir os seus sons e senti-lo próximo, pois facilita a saída do leite);
  • Massaje as mamas com água do chuveiro ou aplique um saco com água quente (protegendo-o com um pano) ou coloque água numa taça e ?mergulhe? a mama, massajando-a (em movimentos circulares) com a sua mão;
  • Coloque um creme hidratante nas suas mãos e massaje levemente com a ponta dos dedos ou com a mão fechada em movimentos circulares, da base da mama, em direcção dos mamilos.

DURANTE A AMAMENTAÇÃO

  • Mantenha, se possível, o saco com água quente (para tornar o leite mais fluido e dilatar os vasos sanguíneos);
  • Respire profundamente para conseguir descontrair, inspirando pelo nariz e expirando pela boca (como se estivesse a apagar uma vela);
  • Coloque o seu bebé a mamar;
  • Procure com os seus dedos a existência de nódulos (caroços), são pequenas porções de leite que está mais espesso. Se existirem, massaje delicadamente com a ponta dos seus dedos e creme hidratante, procurando orientá-lo no trajecto em direcção aos mamilos;
  • Alterne as posições do bebé, para que mame dos diferentes quadrantes da sua mama.

APÓS AMAMENTAR

  • Se as suas mamas ainda estão muito tensas (duras), e tem desconforto, retire um pouco de leite até se sentir confortável;
  • Se as mamas apresentarem inchaço (edema), pode aplicar água fria ou gelo dentro de um saco (também protegido com um pano);
  • Aplique o seu leite na zona dos mamilos e da aréola (onde o bebé ?pega?), para proteger e ajudar a recuperar a integridade da pele;
  • Beba uma pequena quantidade de uma bebida morna (não café, chá preto ou cacau), que a ajude a descontrair.

Técnicas de extracção de leite materno

Como extrair o leite manualmente:

  • Lave as mãos antes de iniciar a extracção;
  • Sente-se confortavelmente, coloque o polegar sobre a parte superior da aréola e o indicador na zona inferior da aréola mamária e pressione em direcção ao tórax (costelas). Não deslize os dedos para não magoar;
  • Seguidamente aproxime os seus 2 dedos (como se estivesse a fazer uma pinça);
  • Repita o movimento (pressione e solte de seguida), habitualmente não é doloroso. Se sentir dor é porque não está a realizar a técnica correctamente;
  • O leite começa a sair, primeiro em pequena quantidade e depois em maior quantidade;
  • Para não lesar a sua mama coloque os seus dedos em diferentes posições. Ex: colocando-os lateralmente (indicador de um lado da aréola e polegar do lado oposto da aréola) e repita a técnica de extracção;
  • Faça expressão do leite até sentir que a mama já não está tensa.

Como extrair o leite mecanicamente:

  • Lave as mãos antes de iniciar a extracção;
  • Sente-se confortavelmente;
  • Certifique-se que todo o equipamento (extractor) está limpo e esterilizado (em casa);
  • Proceda à extracção.

Bloqueio dos ductos (caroços na mama)

No mamilo abrem-se cerca de 10 a 20 canais que drenam o leite. Pode acontecer que alguns destes canais fiquem obstruídos, possivelmente porque o leite ficou espesso. Pode sentir um nódulo (inchaço) doloroso numa parte da mama, e o local ficar avermelhado. Habitualmente não surge febre e sente-se bem.

Esta situação tem como causas prováveis o uso de roupas apertadas (soutien), ter ocorrido um trauma (uma pancada) na mama, ou porque a criança não suga daquela zona da mama. Também SE COLOCAR O SEU DEDO INDICADOR NA PARTE DE CIMA DA MAMA PODE LEVAR AO BLOQUEIO DE UM DOS CANAIS (DUCTO).

Para tratar o ducto bloqueado

  • Para resolver esta situação, amamente em diferentes posições de modo a esvaziar todas as partes da mama (por exemplo, colocando o corpo do bebé debaixo do braço);
  • Pode ainda fazer uma massagem no local do nódulo (caroço) com os seus 2 dedos (indicador e médio) ou com a mão fechada com creme hidratante nos seus dedos, tentando direccioná-lo para o mamilo (faça uma leve pressão, com os dedos, no sentido do mamilo) para ajudar a esvaziar aquela parte da mama, em especial durante a “mamada”;
  • Use roupas largas e um soutien que apoie, mas não aperte a mama.

Mastite

Se o ducto ou canal bloqueado não drenar o leite ou no caso de ingurgitamento mamário grave, pode ocorrer infecção. Quando isto ocorre a zona da mama fica avermelhada, quente, inchada e dolorosa. Isto pode ocorrer numa zona da mama (um quadrante ou mais). Geralmente ocorre febre elevada e sente-se grande mal-estar. Nesta situação estamos na presença de mastite. Se tem estes sintomas sugerimos que contacte o seu médico.

Para tratar a mastite:

  • O médico indicará os medicamentos que deve tomar;
  • É fundamental que repouse;
  • Retire o leite manualmente ou com extractor (bomba de extrair leite);
  • Aplique gelo ou compressas húmidas e frias sobre a área afectada antes de amamentar e, se for necessário, também nos intervalos, por períodos de 5 a 10 minutos, até sentir alívio da dor ou do desconforto.
  • A situação melhora habitualmente em dois dias.

Pouco leite/choro do bebé

Pouco leite

Algumas mães pensam que o seu leite é insuficiente porque:

  • O bebé chora mais do que o habitual;
  • Quer sugar/mamar mais frequentemente;
  • Demora muito tempo a mamar;
  • Adormece a mamar;
  • O bebé parece não ficar satisfeito após a amamentação;
  • Faz intervalos longos entre as mamadas;
  • O bebé apresenta fezes duras, secas ou verdes;
  • O bebé recusa-se a mamar;
  • O leite não sai quando a mãe faz a expressão;
  • As mamas não aumentam durante a gravidez e após o parto;
  • O leite não “desceu” nos dias após o parto.

O que acontece na maioria das vezes, é sentir pouca confiança em que o seu leite seja suficiente, apesar de ter bastante leite. Habitualmente, mesmo quando a mãe pensa que não tem leite suficiente, o seu bebé está a receber tudo o que necessita. Todas as mulheres possuem um número semelhante de células produtoras de leite, independentemente do tamanho das mamas.

Saiba que quase todas as mães podem produzir leite em quantidade suficiente para um ou dois bebés. Quase todas podem produzir mais do que o seu bebé necessita. Se alguns bebés parecem não estar a receber a quantidade de leite materno que precisam pode ser porque não estão a mamar a quantidade suficiente ou porque não estão a pegar na mama correctamente. É muito raro a mãe não produzir o leite em quantidade suficiente para alimentar o seu bebé (OMS/UNICEF, 1995). Por vezes as mães tentam amamentar a criança em horário rígido (ex: de 4/4 horas, etc…); deixam a criança esperar muito tempo para mamar; mudam de mama, quando o bebé ainda não esvaziou totalmente aquela em que está (a criança não ingere quantidade suficiente da gordura, que surge no final da mamada e fica insatisfeito), faz intervalos mais curtos, ou pode também estar a procurar o alimento permanentemente (a mama).

Parecer que tem pouco leite, é uma situação que pode ocorrer antes da sua descida, nos primeiros dias após o parto. Esteja mais atenta e se necessário solicite ajuda, até verificar que o seu bebé não tem dificuldade em pegar na mama. Sabe como funciona a amamentação? E qual a perda fisiológica (normal) de peso do bebé, nos primeiros dias de vida? O importante é avaliar a situação do peso do bebé às duas semanas de vida. O seu peso será semelhante ou superior ao do nascimento. Passe a avaliar a evolução do peso 1 vez por semana (de preferência no mesmo dia da semana). Só dois sinais indicam que o bebé não está a receber leite suficiente:

  • O peso do bebé evolui lentamente (menos de 500 gramas por mês; ou peso inferior ao peso ao nascer após 2 semanas de vida);
  • A urina do bebé é muito concentrada (cor intensa e cheiro a urina) e em pequena quantidade (menos de seis micções por dia).

Verifique a quantidade e características da urina do bebé. Esta é uma avaliação útil e rápida. Um bebé que é exclusivamente amamentado e que está a receber o leite suficiente habitualmente urina pelo menos seis a oito vezes nas 24 horas, sendo a urina clara e diluída (líquida).

O seu bebé não necessita de outros alimentos até aos seis meses de idade.

Choro do Bebé

Pode pensar que não tem leite suficiente porque o bebé ”chora demais”. Muitas mães, por causa do choro do bebé, iniciam, desnecessariamente, a suplementação (com leite artificial). Habitualmente a suplementação não vai diminuir o choro. Por vezes o bebé até chora mais e podem aumentar as cólicas.

Se o seu bebé chora muito pode perturbar o relacionamento com a mãe e com o pai e entre os elementos da família. Procure informação sobre choro do bebé. Razões porque choram, habitualmente, os bebés:

  • Desconforto (sujo, com frio ou calor);
  • Cansaço (visitas demais);
  • Doença ou dor (padrão alterado do choro);
  • Fome (não recebe leite suficiente, surto de crescimento às 2 e às 6 semanas e 3 meses);
  • Alimentação da mãe ( se excesso de ingestão de lacticínios, pode agravar as cólicas);
  • Algumas substâncias que a mãe toma (cafeína, cigarros, outras drogas);
  • Cólicas;
  • Bebés com “grandes necessidades nutricionais”.

  Procure a causa e dê resposta às necessidades do seu bebé, para que ele repouse calmamente.

Se estiver muito ansiosa, irritada procure ajuda, para que todos fiquem tranquilos e este período seja vivido com bem estar.

Bebé que recusa mamar

Por vezes o bebé parece recusar-se a mamar e isto pode levá-la ao stress, pois pode sentir-se rejeitada e frustrada com a experiência. Há diferentes razões para a recusa do seu bebé. Habitualmente alguns bebés pegam correctamente, mas os reflexos de sucção e deglutição são muito débeis; por vezes o bebé pode debater-se com a mama, roda a cabeça de um lado para o outro, à procura da mama (para tentar pegar) e a mãe pensa que o bebé não quer mamar; às vezes o bebé mama durante uns minutos e depois interrompe brusca e rapidamente; às vezes mama numa mama e recusa a outra.    

O QUE FAZER? COMO RESOLVER A SITUAÇÃO?Se o reflexo de sucção e deglutição é muito débil

  • Coloque o seu filho em contacto pele a pele consigo, sempre que possível (método canguru);
  • AMAMENTE sempre que o bebé tenha fome (em horário livre);
  • PERMITA QUE o bebé ESVAZIE primeiro uma mama até ao fim (até que ele pare espontaneamente), só depois OFEREÇA a outra mama (e só se o bebé manifestar interesse). Na próxima vez que amamentar comece na outra mama;
  • Acorde o bebé e não o deixe muito agasalhado, dado que isso favorece o adormecimento.

Se o bebé luta com a mama

  • Amamente num ambiente tranquilo e com poucos ruídos (em especial aos 9 meses de vida da criança quando esta identifica diversos pólos de interesse)
  • Coloque o seu filho em contacto pele a pele consigo, sempre que possível (método canguru);
  • AMAMENTE sempre que o bebé demonstre fome (em horário livre);
  • Não interrompa a amamentação PERMITA QUE o bebé ESVAZIE primeiro uma mama até ao fim (até que ele pare espontaneamente), só depois OFEREÇA a outra mama (e só se o bebé manifestar interesse). Na próxima vez que amamentar comece na outra mama;
  • Acorde o bebé e não o deixe muito agasalhado, dado que isso favorece o adormecimento.

Se o bebé interrompe bruscamente a mamada

  • Amamente num ambiente tranquilo e com poucos ruídos (em especial aos 9 meses de vida da criança quando esta identifica diversos pólos de interesse);
  • Coloque o seu filho em contacto pele a pele consigo, sempre que possível (método canguru);
  • AMAMENTE sempre que o bebé demonstre fome (em horário livre);
  • Tranquilamente, motive o seu bebé a pegar novamente. Não interrompa a amamentação PERMITA QUE o bebé ESVAZIE primeiro uma mama até ao fim (até que ele pare espontaneamente), só depois OFEREÇA a outra mama (e só se o bebé manifestar interesse). Na próxima vez que amamentar comece na outra mama;
  • Compare se essa mama está pouco cheia e/ou flácida em relação à outra.

Se o bebé recusa uma mama

  • Amamente num ambiente tranquilo e com poucos ruídos (em especial aos 9 meses de vida da criança quando esta identifica diversos pólos de interesse);
  • Coloque o seu filho em contacto pele a pele consigo, sempre que possível (método canguru);
  • AMAMENTE sempre que o bebé demonstre fome (em horário livre);
  • Coloque o bebé a mamar na posição como se estivesse a amamentá-lo na mama que o bebé prefere.

Se necessita/quer aumentar a produção de leite:

  • Amamente com mais frequência durante alguns dias;
  • Aumente o seu consumo de líquidos;
  • Amamente também de noite (a libertação da hormona prolactina (que leva à produção do leite) é superior durante a noite);
  • Retire o leite, sempre que não esteja com o bebé.

Se o seu filho está a aumentar de peso, está decerto a alimentar-se em quantidade suficiente.

Bebés com situações especiais

Bebés com situações especiais

O aleitamento materno proporciona uma enorme quantidade de benefícios para os bebés, mais importantes ainda quando se tratam de bebés mais vulneráveis tal como acontece com bebés prematuros, bebés que se encontram doentes ou bebés portadores de características físicas particulares. Nestes casos, vai necessitar de um maior acompanhamento por parte de profissionais ou de outras pessoas com experiência em aleitamento materno. Aqui tentamos contribuir para que seja possível amamentar, quando confrontada com uma destas situações.

Prematuridade

Quando o bebé nasce de uma gravidez com duração inferior ao previsto diz-se que nasceu prematuro. Concretamente, um bebé é prematuro quando nasce de uma gravidez com duração inferior a 37 semanas. 

Embora o leite de uma mãe com um bebé nascido pré termo seja diferente do leite de bebés nascidos a termo, é sempre o melhor para o bebé. Ajuda na protecção para infecções, na enterocolite necrosante, uma doença grave dos bebés prematuros.

Obviamente é diferente nascer com 36 ou com 26 semanas de gestação e as implicações para a alimentação e particularmente para o aleitamento materno são muitos diferentes, em consequência da diferente maturidade do bebé. Assim, a decisão da forma de alimentar o bebé vai depender da idade de gestação, do peso ao nascer e do estado de saúde. No entanto, é possível amamentar a maior parte dos bebés nascidos antes do tempo. Embora muito variável e dependente da maturidade do bebé, como regra geral bebés com 32-34 semanas de idade de gestação conseguem mamar, pois já conseguem coordenar a sucção e a deglutição.

Em bebés mais imaturos pode não ser possível amamentar e por isso é necessário alimentá-los de forma alternativa: por uma sonda gástrica (os mais pequenos) ou por copo quando já conseguem deglutir (capacidade conseguida antes da cordenacção sucção-deglutição). A utilização de copo, em vez do biberão, para alimentar os bebés permite evitar a chamada confusão dos mamilos que ocorre quando os bebés mamam simultaneamente no peito materno e no biberão. Desta forma, é possível uma mais rápida e eficaz adaptação do bebé ao peito materno.

A transição para a amamentação exclusiva poderá ser demorada e requerer esforço da sua parte. A rapidez com que o bebé atinge as várias etapas é muito variável (vários dias a várias semanas) e poderá existir um período de transição em que as várias formas de alimentação sejam usadas simultaneamente. Embora se vá sentir impotente e desgostosa com a situação do seu filho, poderá ter um papel activo na alimentação do seu filho e, em termos práticos, pode começar logo após o parto. Informe o médico e os enfermeiros da sua vontade de amamentar e peça ajuda para iniciar a extracção de leite o mais cedo possível. Logo que a condição de saúde (médica) do bebé o permita, mesmo pequenas quantidades do seu colostro são muito importantes. Vai necessitar da ajuda dos profissionais para tirar leite, guardá-lo e transportá-lo. Também vai necessitar de muita motivação e perseverança assim como da ajuda da sua família para poder concretizar tão gratificante, mas complicado objectivo.

Extraia o leite várias vezes ao dia (mínimo 8), para estimular a produção de leite. De início poderá ter pouco leite mas só terá mais se o fizer e se convencer que é capaz e que é muito importante para o seu filho. Pode fazê-lo manualmente ou com a ajuda de uma bomba. Se extrair leite por um período longo de tempo pode verificar uma diminuição de produção da quantidade do seu leite. Isso é normal e quando o bebé começar a mamar regularmente irá novamente ter leite em quantidade suficiente para o alimentar exclusivamente.

As vantagens para o bebé advêm do leite materno mas também do acto de amamentar, pelo que mesmo quando o bebé ainda não consegue mamar, é benéfico que vá ao peito materno já que desta forma tem um maior contacto com a mãe. Para amamentar um bebé prematuro, naturalmente mais mole, pode ser útil recorrer a algumas das posições alternativas como a posição sentada cruzada, a posição de jogador de râguebi ou de dançarino. Estas posições permitem segurar melhor o bebé e controlar a sua cabeça. Apesar de todo o seu empenho, por vezes a quantidade do seu leite pode ser insuficiente e por isso necessário dar outro leite. Mesmo assim deve continuar a dar o seu leite porque por muito pouco que seja é melhor que nada.  

Algumas unidades de neonatologia já usam o método canguru, que consiste na colocação do bebé apenas com uma fralda e um barrete, nu, em contacto com a pele da mãe ou do pai, por baixo da roupa. Permite maior estabilidade do bebé, maior alerta, maior interacção com os pais, e facilita o início e a manutenção do aleitamento materno. Pergunte por esta possibilidade e solicite a sua concretização.

Gémeos

Se teve ou vai ter gémeos poderá ocorrer-lhe que não vai ser possível ou não vai conseguir amamentar os seus filhos. De facto, poderá ser mais difícil e trabalhoso, mas não existem razões para não dar de mamar. Tal como irá sentir dificuldades a dar colo, dar banho ou mudar fraldas a dois bebés ao mesmo tempo, também irá sentir para amamentar dois bebés. De igual forma, com a experiência irá aprender a resolver os problemas.

As mães de gémeos conseguem produzir a quantidade de leite suficiente para os bebés, o que é conseguido desde que haja estímulo hormonal. Para isso, os bebés devem mamar o mais cedo possível, ou, em alternativa, simular com a expressão de leite, manualmente ou com a ajuda de uma bomba.

Antes do parto procure preparar-se. Leia sobre amamentação de gémeos, peça ajuda a profissionais de saúde e aconselhe-se com mulheres com experiência de gémeos. Prepare-se para a eventualidade de um parto prematuro. Cuide de si comendo bem, fazendo exercício e repouso adequados. Envolva o seu companheiro e outros familiares para a ajudarem antes e após o parto. Poderá acontecer dos seus filhos nascerem algum tempo antes do previsto (prematuros), o que é muito frequente com os gémeos e, seguramente, ainda irá complicar mais as coisas. Mas tal como com todos os outros bebés, o ideal é dar de mamar o mais cedo possível. Se a mãe e os bebés estão bem, sem apresentarem uma situação médica que impeça a amamentação, deverá começar a dar de mamar logo que possa.

Se os bebés forem internados numa Unidade de Neonatologia e não conseguirem ou não puderem mamar, deverá começar a extracção de leite. O leite que extrair deve ser guardado e/ou administrado ao(s) bebé(s) de outra forma, como por sonda ou por copo. Peça ajuda aos profissionais de saúde. De início deverá amamentar em horário livre alternando os seios, mas depois poderá dar de mamar simultaneamente, recorrendo a uma das várias formas de posicionamento dos bebés. Experimente-as até encontrar uma melhor para si e para os seus filhos.

É importante que esteja confortável. Se estiver sentada numa cadeira pode usar um banco para apoiar os pés e permitir diminuir a tensão nas costas e nos músculos da barriga. Use almofadas para ajudar a posicionar os bebés, o que ajudará no conforto dos bebés e a a libertar as suas mãos. Utilize ambas as mãos para colocar o primeiro bebé ao peito e depois de este estar a mamar bem, coloque o outro. Poderá, então, ficar com ambas as mãos livres para acorrer a qualquer um deles.Tenha por perto uma bebida, e uma campainha ou telefone e, eventualmente, alguma coisa para comer.

Amamentar simultaneamente, um em cada mama, permitirá poupar tempo e dispor de mais tempo entre as mamadas. Trata-se, obviamente, de uma opção individual de cada mãe, mas deverá tomar em consideração que a frequência, eficiência e duração de cada mamada vai depender da forma como recupera do parto, do apoio familiar e, no caso dos filhos, da maturidade, do estado de saúde e da capacidade de mamar. Amamentar gémeos é uma actividade desafiante e cansativa, que lhe irá impor planeamento, uma disponibilidade constante e a necessidade de ajuda e apoio dos outros para concretizar. É uma actividade que não pode ser feita por outras pessoas, pelo que deverá ter ajuda para outras tarefas. Coma e beba de acordo com as suas necessidades, tendo em conta que vai ser necessária quantidade extra de alimentação para produzir leite para os seus filhos.

Trigémeos e quadrigémeos

Existem muitos casos de trigémios e até quadrigémeos alimentados ao peito materno, embora seja uma situação que requeira uma mãe muito motivada e muito apoio de profissionais e, sobretudo, dos familiares. Exceptuando a impossibilidade de alimentar todos ao mesmo tempo, os princípios anteriores aplicam-se também nestes casos. Algumas mães preferem um sistema de rotação dos bebés permitindo que todos mamem, enquanto outras alternam com alguns biberões de outro leite.

Fenda palatina e lábio leporino

A existência de lábio leporino isolado não cria nenhum problema especial quanto à amamentação. Por outro lado, uma fenda palatina poderá levar a maiores dificuldades para o bebé mamar. Já que a forma de mamar ao peito materno depende da compressão do peito entre a língua e o palato do bebé, a ausência total ou parcial do palato poderá acarretar dificuldades. Contudo, a experiência tem vindo a demonstrar que, mesmo com algumas dificuldades, estes bebés conseguem uma maior eficácia ao peito materno do que em biberões.

No entanto, se o bebé se mostrar mais eficaz com biberão do que ao peito, poderá ser-lhe dado o leite materno, previamente extraído, pelo biberão. Alternativamente poderá utilizar colher ou copo ou uma tetina especial como a de Haberman.

Síndrome de Down

Os bebés portadores de S. Down (mongolismo, trissomia 21) podem ser  “mais moles” e por isso apresentarem dificuldades iniciais com o aleitamento materno. Será necessário mais tempo e paciência até se conseguir uma boa pega e eficácia a mamar. A ajuda dos profissionais é muito importante nesta fase. Poderá ser necessário, até se conseguir uma boa pega, que a mãe extraia o leite, para impedir engorgitamento e supressão de produção.   

A colocação do bebé ao peito na posição de dançarino poderá facilitar uma boa pega e por isso o sucesso no aleitamento materno. Esta técnica requer que a mãe segure simultaneamente a mama e queixo do bebé, por baixo, com a mão em concha (ou U), ajudando a apoiar o maxilar inferior e permitindo que mame melhor.

Extrair, conservar e transportar o leite materno

Extrair leite

O que quer dizer “extrair leite”?  

Extrair leite significa retirar leite dos seus seios de forma manual ou com o auxílio de uma bomba. O objectivo fundamental da extracção de leite é simular, tanto quanto possível, o aleitamento materno. É uma forma de imitar a sucção do bebé.

Porquê extrair leite?  

Por vezes acontece que o bebé não pode ou não consegue mamar, por variados motivos. Noutras ocasiões pode ser necessário aumentar a produção de leite quando esta diminui por o bebé não mamar eficientemente, o fazer de forma infrequente ou não ter iniciado a amamentação correctamente. A extracção frequente e eficaz de leite é um estímulo importante para a produção de leite.   A extracção de leite é útil ou necessária em múltiplas situações, umas mais prolongadas outras mais esporádicas:

  • manter a lactação quando a mãe está doente;
  • manter a lactação quando o bebé está doente ou hospitalizado e não pode mamar;
  • manter a lactação quando a mãe tomou medicamentos que impedem a amamentação;
  • iniciar e manter a lactação quando o bebé nasceu prematuro e ainda não consegue mamar;
  • quando a mãe tem de se ausentar, viajar ou regressar ao trabalho, permitindo ter leite e aliviando o ingurgitamento, o desconforto e o gotejar dos seios;
  • ajudar a prevenir  que o leite escorra quando a mãe está longe;
  • ajudar o bebé a pegar quando um seio está cheio;
  • para prevenir ou aliviar o ingurgitamento (congestão) mamário;
  • prevenir que o mamilo e o seio se tornem secos e dolorosos e libertar ductos bloqueados;
  • ajudar enquanto o bebé aprende a sugar num mamilo raso ou invertido que dificulta a amamentação;
  • ajudar o bebé que apresenta descoordenação, ou se recusa mamar.

Quando começar a extrair o leite?  

Obviamente o início da extracção vai depender do momento e do motivo da decisão. Mas, frequentemente é necessário logo após o parto, como acontece quando o bebé é prematuro, está doente, ou não consegue mamar por qualquer outra razão. De qualquer forma, todas as mães deveriam aprender a retirar o leite, pois a grande maioria irá, mais cedo ou mais tarde, deparar-se com uma das várias situações atrás referidas.

No caso de iniciar a extracção após o parto vai precisar de muito motivação e empenho já que às dificuldades próprias de uma técnica que requer tempo e paciência para aprender se junta a angústia e a tristeza associadas à situação do seu bebé. De início a quantidade de colostro produzida é pequena e muito dependente do seu estado emocional e da sua motivação. Se estiver muito ansiosa, angustiada ou com muitas dores verifica-se um atraso na descida do leite. Não existe uma inibição da produção, mas sim um atraso, cuja forma de contrariar consiste em extrair frequentemente (8 a 12 vezes por dia). A quantidade de colostro que vai conseguir retirar é pequena mas com o tempo vai aumentar, tal como acontece quando o bebé mama normalmente. A duração de cada sessão por extracção é pequena (já que o leite é pouco) e deve ser aumentado gradualmente.

A eficiência com que retira o leite não é um indicador da quantidade produzida. De início a quantidade é pequena mas com o tempo aumenta. Mesmo as pequenas quantidades iniciais, por mais ínfimas que lhe possam parecer, podem e devem ser aproveitadas para o seu bebé prematuro ou doente e eventualmente guardadas se ele ainda não pode ser alimentado.

Com que frequência tirar leite?  

Os bebés nos primeiros dias mamam 8 a 12 vezes por dia. Desta forma, esta é a quantidade de sessões que deve efectuar para poder ter leite, sendo o número mínimo de 6 vezes. O tempo entre extracções pode ser variável e ajustado às suas preferências e outras actividades, sem um horário rígido, como acontece com a amamentação em geral.  

E de noite?

De início não é absolutamente necessário retirar leite durante a noite, mas assim que começar a produzir uma maior quantidade poderá existir ingurgitamento, ficando com os seios volumosos, cheios e dolorosos obrigando-a a uma ou mais sessões nocturnas.

Se o objectivo é aumentar a produção de leite, a extracção nocturna é muito importante e por isso deverá fazê-lo, pelo menos uma vez, a meio da noite.  

Quanto tirar, durante quanto tempo?

Quantidade de leite  

Tal como acontece com o bebé a mamar, quanto mais vezes extrair leite mais leite vai ter. Contudo, existe uma variação individual importante, pelo que não deverá esperar quantidades bem definidas de leite. Não deve ter a preocupação em medir a quantidade já que será de esperar variação de vez para vez ou de um dia para outro, dependendo de diversos factores como o tempo decorrido entre extracções, a altura do dia ou a da sua situação emocional. Se sentir que o leite está a diminuir, não se preocupe, que logo que o bebé (re)começar a mamar irá verificar-se um aumento da quantidade.

A duração da extracção de leite, e por mais uma vez, deverá simular a amamentação normal. De início, deverá ser feita mais vezes e por períodos curto que serão aumentados com o tempo, até sessões de 15 15 minutos em blocos de 5 minutos.

Extracção de leite:

Previamente à extracção de leite:  

1. Não é necessário lavar os seios antes de tirar leite. Deve fazê-lo uma vez por dia quando tomar banho;

2. Lave as mãos com água e sabão, escolha um sítio calmo/sossegado, relaxe-se, e pense no seu bebé;

3. Pode tomar um duche ou banho de água quente, ou aplicar panos com água quente sobre os seios, para ajudar o leite a fluir;

4. Para estimular o fluxo de leite, massaje as mamas, com as pontas ou os nós dos dedos (Ver figuras), movendo em direcção ao mamilo, com movimentos circulares. Massaje a toda a volta do seio;

  • Extracção Manual  

É a forma de extracção de leite mais usada em todo o mundo. Embora algumas mulheres a achem desagradável, outras preferem-na. É muito eficaz quando se domina a técnica, é simples e pode utilizar-se em qualquer altura, sem utensílios. É económica.

Como extrair leite manualmente:

1- Coloque a mão com 4 dedos por baixo e o polegar por cima do mamilo, formando um C, na zona de transição da aréola para a pele do seio;
2- Com o polegar e o indicador, faça uma ligeira pressão para trás. Não deve doer. Não deslize os dedos ao longo da pele;
3- Mantendo a pressão, comprima o polegar e o indicador, com um ligeiro movimento para a frente, expulsando o leite;
4- Liberte a pressão dos dedos e reinicie;
5- Vá mudando a posição dos dedos à volta da mama para permitir retirar o leite de todos os ductos. Não esprema ou puxe os seios porque poderá magoar;
6- Faça durante 3 a 5 minutos e mude de seio. Repita 2 a 3 vezes de cada lado;
7- Quando o leite sair, colha-o para um reservatório limpo.

  • Extracção de leite com bombas

A opção da compra:

A opção de compra de uma bomba vai depender da utilização que prevê vir a dar-lhe. Para quê, com que frequência, por quanto tempo são questões a responder antes de comprar. Poderá optar por bombas manuais ou eléctricas, duplas ou simples, ou até nenhuma em função das suas necessidades.

Tipos de bombas:

  • Portáteis (manuais ou a pilhas)
  • Eléctricas

Como escolher uma bomba extractora de leite?

Existem múltiplas escolhas possíveis de bombas para retirar leite. A eficácia e os preços variam. As manuais são as mais baratas e podem comprar-se em farmácias, lojas de artigos para bebés, grandes superfícies e até em hospitais. Alguns hospitais e empresas de comercialização têm programas de empréstimo. A evitar são as de bolbo de borracha (tipo pêra, ver fotografia), que são difíceis de limpar e muito pouco eficazes.

Deve ter em consideração o preço, a facilidade do seu uso, o conforto, assim como a facilidade de limpeza. Mais caras não quer dizer melhores.

Pode optar por bombas que retiram leite das duas mamas ao mesmo tempo, permitindo dessa forma poupar tempo.

A limpeza e higiene das bombas

É essencial a limpeza da bomba, mas não desinfecção, desde que a utilização seja só por si, sem a partilhar. Siga as instruções de lavagem da bomba, mas em princípio lavagem com água quente e sabão e passagem por água corrente no fim é o indicado. Deixe secar sobre um pano seco, tapada com um pano. Verifique nas instruções se a pode lavar na máquina da louça.

Extrair leite para um bebé doente ou prematuro

  • É importante que inicie a extracção de leite o mais cedo possível;
  • Para ter leite, deve extrair 8 a 12 vezes por dia incluindo pelo menos uma vez durante a noite. Quando conseguir uma boa quantidade de leite, 8 vezes por dia são suficientes;
  • Para ajudar a ter leite são úteis:
    • massajar os seios, banhos quentes, compressas quentes;
    • falar, massajar, dar colo ao seu bebé, praticar o método canguru;
    • ter fotografias dele, quando está longe;
  • Conserve o leite em quantidades apropriadas a cada refeição do bebé, para não desperdiçar (15-20 ml por cada quilo do bebé por cada refeição como orientação);
  • Discuta com os profissionais que cuidam do seu filho os pormenores da colheita, transporte e conservação do leite.

Conservar e Transportar

O melhor seria amamentar sempre o seu filho mas, por vezes, isso não é possível, sendo necessário refrigerar ou congelar o seu leite. Quando o leite é congelado perde algumas das suas propriedades nutricionais e imunológicas, mas isso, em termos práticos, é negligenciável. Mesmo perdendo algumas das suas boas características, o seu leite continua a ser melhor que os outros leites.  

  • Quando extrair o leite pode recolhê-lo em recipientes de plástico ou de vidro. Pode usar biberões, copos, ou sacos que várias marcas de bombas comercializam;
  • Não é necessário esterilizar os recipientes, apenas lavá-los bem, com água e sabão. Devem estar limpos, secos e ter uma tampa;
  • Coloque rótulos nos recipientes com a indicação do dia. Use primeiro o leite mais antigo;
  • Pode juntar leite de várias sessões de recolha: Quando tirar leite uma vez congele-o. Na segunda vez arrefeça o leite no frigorífico e quando estiver frio junte-o ao leite previamente congelado, no mesmo recipiente. Nunca congele leite quente. A quantidade do 2º leite deve ser inferior à do 1º;
  • O leite pode ser congelado por períodos variáveis dependendo das características dos congeladores, temperatura e estabilidade (Ver quadro);
  • Para transportar o leite congelado ou refrigerado pode usar termos ou geleiras, usando gelo para manter as temperaturas (inferior a 5º C se leite refrigerado, inferior a 5º C se congelado);
  • Guarde o leite em quantidades apropriadas a uma refeição do bebé;
  • Descongele uma porção de cada vez. Se o bebé quiser mais, rapidamente descongela outra;
  • Descongele  o leite lentamente, no frigorífico, durante várias horas. Se for necessário descongelar mais depressa pode fazê-lo em banho Maria ou debaixo de água tépida a correr;
  • Depois de descongelado deve agitar o leite, para que os seus componentes se misturem adequadamente;
  • Não ferva o leite. Não descongele em micro-ondas, porque aquece de forma não uniforme, podendo queimar o bebé.

Conservação do Leite Humano